27 de abr. de 2009

O idoso em diferentes contextos culturais


Em algumas culturas eles são respeitados e chamados de sábios. Em outras, conseguem conquistar um acanhado direito de continuar a trabalhar. Mas, ainda em muitos contextos, são considerados inativos e desocupados. Uma cena rara - na minha cultura - despertou minha atenção por duas vezes nesta semana aqui no México: idosos trabalhando no comércio. Sim, idosos. Deviam ter mais de 60 anos. Meu primeiro sentimento foi de pena, em ver aqueles “velhinhos” ainda trabalhando, em vez de estarem em casa fazendo “nada”. E pensei: “eles deveriam estar descansando, pois já trabalharam tanto durante a vida…”
Mas depois, refleti um pouco mais diante daquela cena, e me lembrei o quanto essa população tem sofrido com pessoas que alimentam pensamentos parecidos com o que tive no primeiro momento.
Será que o idoso deve realmente se limitar a ficar em casa? Será que quando se completa 60 anos, dali para frente a única expectativa é a de esperar a morte chegar? Será que ao conquistar a aposentadoria, o idoso também assina o atestado de que já não serve mais para trabalhar formalmente outra vez? Será que a partir dos 60 anos, as únicas ocupações disponíveis são as de avô caduco, pai doente ou de velho chato?
Porém, diante da sociedade brasileira moderna, ele já não serve mais para muita coisa. E sem perspectivas de continuar exercendo diversas atividades diárias, ele se limita a fica em casa, tocar sua gaita de vez em quando, e contar as infinitas histórias do passado nos almoços de domingo em família. Uma condição que já rendeu ao meu avô um início de depressão.
No Brasil, os idosos formam 8,6% da população total do país, segundo o
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), com base no Censo 2000. Aqui, cerca de 5% dos mexicanos são de pessoas com mais de 60 anos, de acordo com os últimos dados do CONAPO (sigla em espanhol para Conselho Nacional da População). Para a ONU (Organização das Nações Unidas), a estimativa é de que em 2050 o número de idosos em todo mundo alcance 2 bilhões, ou seja, 22% da população mundial.
Diversos fatores influenciaram e continuarão a determinar o aumento do número de idosos, como por exemplo, os avanços da medicina. No entanto, o que não tem acompanhado esses números é a atenção da sociedade para esta parcela da população.
Não possuo dados oficiais que comprovem que o México trata melhor os seus idosos do que o Brasil, ao adotar medidas como contratar idosos para trabalhar no comércio. Porém, constatar que isso é possível por aqui, já me fez admirar um pouco mais essa nação. Os cargos que eles ocupam são de empacotador de supermercado e loja. Uma função que no Brasil é ocupada, na maior parte, por jovens. E assim como os jovens, os idosos que encontrei transmitem a mesma vontade de viver.

Fonte: artigo da internet

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